Sábado, 4 de Dezembro de 2010
Novos blog´s. Obrigado.
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Segunda-feira, 31 de Agosto de 2009
Sou um idiota
Um assassino
Que persegue e destroi a sua própria vida
Descontrolado ansioso
Controlo as coisas até à sua destruição
Por querer andar mais que o tempo
Por querer ser maior que o resto
Cometi o meu homicidio
Afoguei-me no mar morto
Onde os mortos como eu
Navegam rumo a lado nenhum.
Segunda-feira, 1 de Junho de 2009
Ser inútil
Não ter utilidade para alguém
Não ter utilidade para mim
É tudo o que fico a saber
O mundo que se salve de mim
Alguém que me salve de mim próprio
Algo que me faça desaparecer
Para que a humanidade se salve
Quando um agradecimento
É simplesmente uma palavra
Palavra essa que é inútilidade
Palavra essa que se refere a mim
Que se refere ao que faço e ao que fiz
É como uma flecha que atravessa o meu coração
É como um raio que atinge o meu cerbero
Escutar algo assim deixa-me infeliz
Infelizmente vivo e inútil
Receber essa adjetivação
Receber esse agradecimento
É compreender que sou vão
É perceber que sou imprestável
Que não me encaixo
Onde quer que eu deva encaixar
Tanto esforço
Tanta inútilidade
Tanta ingratidão
É o que me chega
Mas ainda assim
Eu agradeço
Porque se lembraram de mim
E esse erro vosso
E essa disponibilidade minha
Infelizmente para todos
Faz-me sentir vivo
Mesmo que viva como um mero inútil.
Segunda-feira, 18 de Maio de 2009
Não posso parar de gritar em silêncio
Estou magoado
Mas não posso fazer barulho
Embora nínguem me oiça
Sei que não posso fazer baraulho
Para não incomodar as almas que me circundam
E assim continuo a gritar em silêncio
Até que um dia me oiçam
Mas será que alguém me escutará um dia?
Dúvido…
Mas vou continuar
Gritando em silêncio
Só porque não posso fazer mais nada
Só porque as minhas forças não servem para muito mais
Só porque me destruiram
Só porque nem sequer se recordam
Tálvez o acto de gritar
Seja um movimento desesperado
Para que se recordem de mim…
Sinto que estou só
Mas mesmo só, estou a incomodar muitas almas
Um simples pedido de ajuda
Incomoda certas almas
E assim continuam a fazer de conta que não o recebem
Por isso, agora grito em silêncio
Para que faça algo
E não morra para já
Para que não incomode essas almas
E um dia elas ardam no inferno a pensar em mim!
Frio como um muro de pedra
Sim, e existe mesmo um muro
E és tu quem o afirma
Não é nada que a minha consciência imagina
Julgava eu compreender essa frieza
Julgava eu não me magoar nesse muro
Mas sim, fiquei magoado
E bem podia eu apelar
Que de nada irira valer
De nada valeu
Eu não quebrei o gelo
E tu também não
Ficaste tu e a tua frieza
E eu comigo mesmo
Julgando que estavas comigo
Desesperando porque o muro me magoava.
Domingo, 17 de Maio de 2009
Porque me sinto tão sózinho?
Não me sinto normal
Embora não me sinta anormal
Talvez seja por sentir que tudo pode acontecer
Que não controlo nada
E que poderei viver rodeado por nada
Simplesmente rodeado por mim
Talvez me sinta só
Somente por esta noite
Talvez tenha medo
De amanhã continuar sózinho
Quem sabe?
Provavelmente depois desta noite não estarei só
Mas hoje tenho medo!
Quarta-feira, 29 de Abril de 2009
Tu ferves
Ferves de vida
De frieza
E calor em simultâneo
Eu não te compreendo
Mas esforço-me
Hoje és a capital da revolução
O povo e a elite
Vieram à rua
Parece que vieram espontaneamente festejar contigo
Mas não
Ninguém se recorda
É tudo uma questão cosmopolita
Até eu te visito sem me recordar desse dia
Na verdade
Hoje estás invulgarmente bela e chuvosa
E mesmo os que te odeiam
E aqueles que te amam
Passam por cá
Guiados por algo
Que ninguém repara
Nutridos de inconsciência
E assim festejam contigo
Sem que tu os tenhas convidado
Sem que eles se lembrem
Juntam-se na totalidade
E vivem uma data
Que te imortalizou
Que nos deu esperança
E quem sabe
Nos continue a dar
Pois há momentos em que retrocedemos
Para poder confiar no futuro
Mesmo que não tenhamos a perfeita consciência
Do que estamos a repescar na memória.
Terça-feira, 28 de Abril de 2009
Mundos diferentes separam-nos
Cada ser
Cada mundo
São realidades isoladas
Que pertencem a cada um de nós
Se o meu mundo está parado
E sofre de uma narrativa desinteressante
O teu respira emoção
Parece uma montanha russa
O teu é confusamente emocional
E eu vejo-o belo
Jámais o cíume me atormenta
Nada disso entra nesta soma
Mas gostava que o meu mundo fosse como o teu
Parece idiota
Parece não ter sentido algum
Mas todos os dias estou saturado do meu
Por segundos, pareço caminhar para a auto-destruição
A vida é completa de ciclos...
Neste belo ciclo
Eu admiro o teu mundo
E apresento queixa do meu
Estou cansado do meu
E orgulhoso do teu
Mas desespero quando sinto que o meu não se fecha
Não me interessa o meu mundo
A rotina mata-me
A frieza das coisas
Torna-me estático
Sinto-me morto e irracional
Sinto que o meu mundo pode terminar
O meu mundo é gélido
Tálvez vazio
Na verdade, sinto que o mesmo congelou
E que vivo no Hemisfério Norte
E tu?
Tu, vives no Hemisfério Sul
Onde no meio de tudo
Afinal há emoção
Onde existem coisas
Sejam elas físicas ou metafisicas
Creio que o teu mundo é fascinante
É quente
Tem durezas
E dores
Eu sei…
Mas compensa vive-lo
Não me digas que não compensa
Ele tem de ser assim
E eu admiro-o
Eu admiro-te
Sei quem és
E tenho o teu ser em conta
Mereces o teu mundo…
E sem querer ser exurbitante
Mereces algo ainda melhor
Algo mais completo
Onde a felicidade chegue a uma meta nunca antes alcançada
Eu ficarei feliz com isso
Eu creio nas minhas palavras e no teu mundo
Se o teu for simplesmente bom
Se o teu for excepcional
Tálvez consiga fazer do meu óptimo
Tudo o que sei
É tudo que digo
Ver-te feliz, será sempre um privilégio
E assim é
E assim será, até que a vida queira
E mesmo que não dure para sempre
Amigos, serão sempre amigos!
Segunda-feira, 13 de Abril de 2009
Mas quem pensas que és?
Qual é o teu estatuto?
Não te enterres em palavras falsas
Não vale a pena secar o poço da arrogância
Presta cautela às toneladas que possuis na consciência
Essas toneladas dantescas que te pesam
Mas que ignoras
Como se fosses líder da humanidade
Como se fosses a personificação da perfeição
Não mintas...
Cresce e deixa o estatuto de farsa.
Sábado, 11 de Abril de 2009
Desapareceu
É o que dizem as vozes
Aquelas que surgem de dentro para fora
E as outras que surgem de fora para dentro
É a nobre confirmação que me chega
É a não novidade que estou a absorver
A simples palavra que oiço
Enquanto caminho solitariamente pela bizarra Rua do Desconhecimento
Não parece estranho
Não causa demasiado incomodo
Deixa-me ligeiramente inquieto
Talvez tudo isto seja ridículo e básico
Talvez não seja absolutamente nada
Quem sabe se não aparece?
Enfim...
É tal e qual assim
Algo que já aconteceu.
Quinta-feira, 9 de Abril de 2009
Efémeros é a palavra que os definem
São momentos efémeros
Aqueles que vivemos
Quando estamos em absoluta sintonia com o que nos rodeia
A esses momentos
Vamos buscar tudo aquilo que justifica um sorriso
Deles retiramos sorrisos
Simples palavras
Longas gargalhadas
Visíveis gestos
E longos olhares que furam o gelo
São momentos efémeros
Que fazem a nossa vida parecer longa
E nós podemos usar certas pessoas
Tal como elas nos usam
Para criar esses momentos
Que jamais saírão da nossa mente
Nós precisamos dessas pessoas
Elas precisam de nós
Temos de nos usar harmoniosamente
Para criar momentos efémeros
Para possuir recordaçoes eternas
E lado a lado vivermos espirituosamente a vida.
Quarta-feira, 8 de Abril de 2009
Não devias estar aqui
Devias estar noutro lugar qualquer
Lugar esse onde estivesses feliz...
Mas onde é que podes ser feliz?
Ninguém sabe!
Ninguém te dirá!
Tu sabes
Eu sei
Que só nos sonhos és feliz
Que a realidade é subjectiva
E que ainda assim, só nos oferece lágrimas
Lágrimas essas que tu choras
Na companhia dos teus sonhos felizes.
Terça-feira, 7 de Abril de 2009
Desculpas para que?
Desculpas para quem?
Eu sabia que as ia ouvir
Quarenta e oito horas antes
Já sabia que me iam ser entregues
É tudo tão igual
É tudo tão óbvio
Não me sinto mal
Nem enfurecido
Simplesmente sei que há coisa que não funcionam
Sei que há coisas estranhas
Coisas de que não se fala
E que os lábios e os dentes escondem
É simples...
Há coisas de que temos medo
há sinceridades que não existem
Há simpatia a mais
E frontalidade a menos
Não é com maldade
Não há intenção de ferir
Mas estes jogo das escondidas que jogamos
Pode magoar verdadeiramente
Eu compreendo...
A verdade magoa
E aqui mesmo e agora
Ninguém se quer magoar
Mas as desculpas irão continuar.
Há por ai um oceano de indivíduos
Talvez indivíduos a mais
Tanto contacto
Tanta comunicação
Indiferença que sobra
No meio de alguma substância
Há um vazio dantesco mesmo em frente dos nossos olhos
No entanto e no meio de tantos zeros
Há mentes que nos prendem
Há personalidades que falam e mostram a diferença total entre vazio e substância
É aí que percebemos que ainda nos podemos prender
Na substância da mente de alguns seres humanos
Ser humano é um privilegio
Ter uma mente não vazia é um dom
Poder usa-la é inteligência
Partilhar o que surge na nossa mente
É levar o ser humano ao seu limite
É evoluir sem limites
E fazer com que o nosso mundo não tenha fronteiras
E faça das outras mentes visitantes privilegiadas da nossa terra íntima
Perceber que ha seres com substância que observam em parceria conosco
E fazem do pormenor um factor decisivo na sua mente
É sentir que a nossa existência faz sentido
É sentir que vale a pena arriscar a procura por outras mentes
É sentir que partilhar a nossa terra íntima é um prazer
No fundo
Não muito lá no fundo
Quase à superfície
Estas descobertas
Estas partilhas
Dizem-nos que a comunicação em massa entre indivíduos faz sentido
Dizem-nos que vale a pena viver
Nem que seja para encontrar-mos mentes
Que nos fazem sentir que estamos vivos!
Domingo, 5 de Abril de 2009
Não és de confiar
És o mundo real
No qual eu não consigo depositar fé
E troco constantemente com o imaginário
És cruel
E inseguro
Não tens sabor
E se tivesses
Eras amargo
Ácido e corrosivo
Meu mundo
Porque és assim?
Quem te vai mudar?
Muda por mim
Para que possa viver
Para que não caia no poço sem fundo da apatia
Para que o imaginário não nos vença
Para que eu comece a acreditar em ti
E não volte a fugir de mim
Segunda-feira, 30 de Março de 2009
A vida parece incompleta
Parece sempre incompleta
Simplesmente parece
Pois realmente não o é
O senso comum leva-nos a acreditar que ela assim o é
Se olhar-mos bem lá para o fundo
Se perder-mos alguns segundos a pensar nela
Vamos perceber que ela nunca é incompleta
Na verdade é estranhamente completa
Mais completa que um puzzle acabado de montar
Basta abrir a mente
Abrir o coração
Ser realista
E perceber que há pessoas que nos completam
Há pessoas que completam as nossas vidas
Há pessoas que cobrem os supostos espaços vazios
Espaços esses que na realidade mal existem
Tais pessoas fazem da nossa vida algo completo
São seres que proporcionam momentos
Que juntos são uma explosão de felicidade invisivel
Visto isto
Somos completos
Basta acreditar-mos na vida
Basta abrir os olhos
E montar o puzzle
É verdade...
Existem pessoas que nos completam
E nos fazem crer que a infelicidade não existe
Talvez exista a espaços
Espaços pequenos
Que na realidade são minuscúlos
Pois a felicidade é uma gigantesca fatia do bolo da vida
E esse bolo é cozinhado por esses seres
Basta abrir os olhos
Basta abrir a mente
Basta querer ser feliz
Basta estar com essas pessoas
E a vida é completa
E nós somos estranhamente felizes para sempre!
Terça-feira, 3 de Março de 2009
Pode estar escuro
Mas não consigo
Posso dar voltas e voltas
Mas ele não vem
Estou cansado
Mas não descanso
São insónias!
A noite passa
O dia chega
E eu chego directamente ao dia seguinte
Tenho energia
Mas estou cansado
Estou confuso…
Ele nunca chegou
Certamente chegará no dia seguinte
Sozinho vi as trevas
Sozinho vi a luz
Mais uma noite pálida
São insónias!
Eu não descanso
São insónias meu amor!
Sábado, 31 de Janeiro de 2009
O tempo passa
E eu fico
Há sempre alguém que se esquece de mim
Às vezes sinto que não existo
Que estou ali
Mas que passo ao lado
São nos pormenores que se entende a vida
São os pormenores que a mudam
Eu nos pormenores vejo como ela me foge
Nos pormenores sinto o que não queria sentir
Há muito que sei que estou pré-destinado
Sei que o futuro é igual ao presente
Sei que será vago
Sei que continuarei a ser esquecido
Sem que uma palavra minha seja escutada
Sem que um gesto meu seja visto
Sem que eu detenha a mínima importância
Há pequenos momentos que fazem a diferença
Nesses momentos, eu acabo na indiferença
Dos olhos de cada um que segue sem mim
Em cada um deles, há o esquecimento
De que um dia eu estive ali
Bem junto deles
A pensar que me escutavam
Que me viam
Mas não…
De nada valeu
Acabo só
Tal como comecei
Fico para trás
Como se fosse o chão que eles pisam
Caindo no esquecimento de quem lá passa
Não tendo significado algum
Não estando presente em nenhum momento
Não fazendo parte de nenhum pormenor
Simplesmente acabo esquecido
Lendo a linha do tempo que passa
Vendo cada um deles afastando-se
Em direcção a algo
A que eu não pertenço.
És aquilo em que acredito?
Será que alguma vez sentirei o reforço que o tempo nos dá?
Será que vale a pena confiar um pedaço de uma vida?
Tantas questões que surgem á volta de tantos seres
Quem são os que me envolvem?
Será que alguma vez terei resposta para tal questão?
Não sei se acreditar faz sentido
Não sei se é contra-senso dúvidar
Mas viver para dar
Para procurar o acolhimento de alguém além de nós
Sem pensar que ainda não nos acolhemos a nós próprios
É um formato de vida desejado por algum ser não acéfalo?
Não sei…
Nem acredito que em alguma fase da minha vida virei a saber
Mas se por escassos momentos
Atingisse a certeza absoluta destas questões
Seria humildemente feliz
E saberia que viver é um sacrifício que compensa fazer
Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2009
Túneis e ferro
Uma paisagem negra que surge além do vidro
Negra como o meu interior
Obscura e imperceptível como a minha dor
É uma viagem ao longo do subsolo
É uma viagem que parece levar-me para dentro de mim
A ausência de contacto
Leva-me á introspecção
E aí mergulho na obscuridade da minha dúvida
Sinto-me a ser levado
Ao longo de um túnel que percorre a minha mente
E que se afoga no meu coração
São dores que não se sentem
Mas que fazem pensar
São dúvidas sobre o meu ser
Que bloqueiam a minha existência
Que não permitem que eu entenda quem realmente sou
Que me levam á maior das dúvidas
Á dúvida existencial
E é ela que me acompanha nesta viagem
Viagem esta que se prolonga além dos túneis e do ferro
Acabando deitada o meu lado
Mesmo no meu leito
Olhando para mim
E perguntando:
Quem és?
Quinta-feira, 25 de Dezembro de 2008
A vida é uma oportunidade
Que nos é concedida…
Desconhecemos isso
Não reparamos em tal efemeridade
Simplesmente não pensamos no que ela realmente é
Na realidade ela é bela
E ao longo dela
Entendemos que é um misto de ódio e amor
Que se completa pelo mal e pelo bem
Mas nunca entendemos que é nossa!
Estar só
Ajuda-nos a entender a vida
Permite-nos pensar em algo que não pensamos vulgarmente
Atingimos uma compreensão nunca antes proporcionada
Compreendemos que só vivemos uma vez
Que a vida é uma linha
Que simplesmente pode acabar a qualquer hora
Se pode acabar de viver a qualquer hora
Porque insistimos em não vive-la?
Porque não vivemos a vida?
São perguntas…
Perguntas que ninguém faz
Porque estão todos ocupados a pensar no lado negro da vida
Lado esse que nos tira o prazer de vive-la
E que funciona como um apagador
Que nos vai eliminando a linha
Sem que reparemos que estamos a caminhar para a morte
Se o nosso destino é a morte
Porque não viver a vida?
Porque não viver aquilo que nos é concedido do nada?
Porque não lutar por ela antes que a linha se apague?
Porque não viver cada segundo de vida que detemos?
Porque não olhar o horizonte de um ângulo positivo?
Porque não pensar que temos uma oportunidade de ser felizes?
A vida é uma linha
Uma simples linha com altos e baixos
Escrita numa folha branca
E desenhada em cor negra
E se podemos pensar e agir
Porque não dar alguma cor a essa folha?
Porque não sorrir a essa linha preta?
Temos uma oportunidade…
Uma oportunidade única
De poder fazer de uma folha branca com uma linha preta
Um quadro de rara beleza!
O que pode esta cidade fazer por mim?
O que posso eu fazer aqui?
Ela é fria e solarenga
Indiferente e entregue á confusão
Não repara no sol que lhe bate
Não repara em mim
Fica na memória dos que a visitam
Fica como uma flecha no coração dos cá vivem
Elimina os que por cá lutam
Pois esta cidade já não é de lutadores
É de alguém que se sente conformado
É de um povo que parou no tempo
Vive no passado
Não me dá oportunidade de escolher
Força-me a viver
Dentro do que ela quer que seja a vida
Faz-me ser conformista
Faz-me parar no tempo
Faz-me viver no passado
Não me deixa ser eu
Consome-me e controla-me
Faz comigo
Aquilo que faz com todos os que cá estão
Faz-nos sonhar
E depois dá-nos o pesadelo
Ataca-nos com frieza
Dá-nos a rotina entediante do dia-a-dia
Controla tudo o que somos
Tudo o que queremos ser
Somos o que ela quer
Somos peões no meio da sua selva urbana
Simplesmente vemos a vida a passar-nos ao lado
Corremos e gritamos
Mas não vivemos
Não sentimos a vida a passar
Não pensamos
Simplesmente acreditamos que ao virar da esquina tudo pode mudar
Mas nada muda
Mesmo que mude
Tudo volta a ser o mesmo dentro de instantes
Esta cidade é assim
Não faz nada por nós
A não ser controlar-nos
E dá-nos um leito para poder-mos acabar os nossos dias
Faz-nos crer que vivemos
Mas na verdade não
Nunca vivemos
Estamos em contacto com o redor
Mas ela controla-nos
Deixa-nos limitados
Presos
E esperançados
Mas ela é fria
É confusa
É bela
Somos francos quando dizemos que é nossa
É aqui que vivemos
É aqui que lutamos
Mas não podemos avançar
Ela foi feita para estancar no tempo
Só assim
É ela mesma
Só assim é Lisboa.
Domingo, 9 de Novembro de 2008
Eu podia morrer esta noite
Caído no centro da avenida
Molhado e pisado
Podia ficar assim para a eternidade
Não faria mal algum
Morria apaixonado
Podia morrer caindo de uma das pontes da cidade
Afogar-me no gelo da noite
Não faria mal
Morria a pensar em ti
Morria a olhar para o teu sorriso
Tudo podia acabar
Mas eu não me importava
Acabava apaixonado por ti
Lá fora chove
Cá dentro não existe clima
Se existe não o sinto
Só sinto o que de dentro de mim surge
O que me faz afogar em mim próprio
O que me faz enlouquecer por ti
E que me faz crer que posso morrer e ressuscitar de novo
E nunca me esquecer de ti
Chove tanto como um coração acelarado bate
Ele bate tanto como chove no seio de uma tempestade
Que podia parar agora
Que não faria mal
Eu não sentia
Eu não me importava
Pois estou apaixonado
Não sentia nada além do que me enlouquece
Morria com o teu sorriso a vaguear na minha mente
Iria para o além somente com o teu sorriso
Irias comigo para a eternidade
Porque estou apaixonado por ti
E a vida só faz sentido contigo!
Mas não faz mal…
Não te preocupes
Eu não morri
E ficarei toda a eternidade apaixonado por ti!
Quinta-feira, 31 de Julho de 2008
O "post" que se segue, é uma reedição de um "post" intitulado "O Agradecimento", que foi publicado originalmente no dia 17 de Junho de 2007, no já "finalizado" blog "Vertente do Pensamento" (http://vertentedopensamento.blogs.sapo.pt).
A escolha para a sua reedição, cai no facto de este "post" ter sido um dos que maior fúria soltou a quando da sua escrita, e como tal, foi obviamente um dos que mais prazer me ofereceu quando o escrevi e publiquei.
De realçar também, é o facto de este “post” ter sido também um dos mais apreciados pelos poucos leitores e críticos do “finalizado” “Vertente do Pensamento”, facto esse que me motivou a publicar novamente o mesmo.
A todos esses poucos leitores e críticos, fica aqui um fervoroso obrigado e um convite eterno para o "Para além do óbvio".
O Agradecimento
Já não consigo
É impossível para mim
Viajar neste mundo
No mundo ao qual lhe chamam
Nosso
E normal!
Não consigo…
É um mundo triste e doente
Não aguento esta dor!
O mundo…
A vida aqui…
Está incurável
Desta doença e tristeza incurável
E a minha impossibilidade aqui
É uma realidade!
Como não consigo
Viajar nem viver neste mundo
Viajo e vivo na minha mente
Esqueço o que lhe chamam "real"
E viajo…
E vivo…
Mas a minha mente está confusa
Está distorcida
Mas está consciente!
É uma viajem e uma vida atribulada
Passo pelo meio da minha dor
Do meu sofrimento
Das minhas memorias
Pelo ódio!
Pela raiva!
Pela revolta!
Se estou mal…
Se a minha mente está podre…
A culpa é do mundo que vocês criaram
Da merda que vocês moldaram!
A minha mente está confusa!
O mundo está doente!
A culpa é vossa!
Desculpem, mas a culpa é vossa!
Fizeram de tudo uma desgraça
Puseram quase tudo doente…
E o que não está…
Vocês iram pôr!
Senhores manipuladores da humanidade e da mente humana
Estão satisfeitos com esta merda?
Agora nem aqui…
Nem ali…
Já não consigo
Já não tenho refugio
Já não sei para onde me voltar!
Por vossa culpa…
O mundo está doente!
A minha mente está podre!
Em breve…
Todas as mentes assim estarão!
Destruíram o mundo…
Senhores, porque?
O mundo está doente…
Sem amor!
Sem amizade!
Sem paz!
Sem felicidade!
Sem entendimento!
Sem capacidade de compreensão!
Já nada nesse mundo doente faz sentido!
Nada funciona…
Não há relações puras entre seres humanos
Não há mesmo nada!
Somente dor e sofrimento!
Falsidade e fingimento!
É um mundo doente e triste
Nele só vejo lágrimas e falsidade
Traição e infelicidade!
Já não é possível ser-se feliz nele…
Já nem para lutar pela felicidade há condições!
Esse mundo já nem se importa com a felicidade do Homem
Esse mundo já não faz sentido
Talvez seja tarde de mais...
Lentamente
Todos irão desistir um dia!
Está doente!
Está triste...
Se a minha mente está podre
Em breve…
Todas assim estarão!
O vosso mundo…
Aquele que me esqueço
Aquele que vocês destruíram
Aquele que contaminaram
Vai ser inabitável para todos
Ninguém mais
Mais ninguém
Viverá nesse mundo…
Nesse mundo doente e triste
Nessa merda que vocês criaram!
Obrigado senhores manipuladores!
Obrigado senhores colaboradores da desgraça!
Neste momento
Prefiro a minha mente podre e baralhada
Do que o vosso doente e triste mundo!
Satisfeitos com o que realizaram?
Já é tarde…
Eu sei…
Vocês conseguiram…
Obrigado!